Monitoramento Contínuo ou Isocinético? Por que o setor ambiental precisa dos dois

Da teoria à prática: a aplicação combinada de CEMS e amostragem isocinética no controle de emissões atmosféricas

O que é monitoramento contínuo (CEMS) — e por que ele importa?

CEMS (Continuous Emissions Monitoring Systems) é o conjunto de instrumentos instalado na chaminé/duto para medir continuamente a concentração e/ou a taxa de emissão de poluentes (por exemplo, NOx, SO₂, CO, material particulado), convertendo automaticamente as leituras para as unidades exigidas pelo padrão aplicável. Em normas internacionais, os CEMS também são chamados de CMS (continuous monitoring systems) e têm suas especificações de desempenho e checagens de qualidade definidas por regulamentos e guias técnicos. US EPA+1Air Knowledge

Na prática, o CEMS oferece:

  • Tendência e resposta rápida: dados horários/minuto-a-minuto para ajuste de processo e prevenção de excedências. PUDL Documentation

  • Evidência contínua de desempenho ambiental: registros permanentes usados em auditorias e relatórios. Air Knowledge

O que é amostragem isocinética — e por que ela continua indispensável?

A amostragem isocinética é um método de coleta em que a velocidade do gás que entra pelo bocal da sonda é similar à velocidade do escoamento no duto — condição que minimiza viés de captura, especialmente para material particulado. O EPA Method 5 é o clássico método de referência para MP em fontes estacionárias e detalha trem de amostragem, calibrações e controles de qualidade. Em várias jurisdições brasileiras, procedimentos equivalentes aparecem na família CETESB L9 (L9.225 – material particulado; L9.224 – umidade; L9.222 – velocidade/vazão; L9.223 – massa molecular seca/excesso de ar; L9.226 – SO₂).

Na prática, a isocinética oferece:

  • Precisão laboratorial e rastreabilidade: resultados com cadeias de calibração e incerteza estimada, base para laudos e licenças.

  • Método de referência para checagem do CEMS: usada em testes de exatidão (p.ex., auditorias de exatidão relativa/“RATA”) e comparações periódicas.

Eles não competem — se somam!

  • CEMS = vigilância contínua + gestão de processo. Útil para evitar excedências e acompanhar a eficiência de controle de poluentes em tempo real.

  • Isocinético = referência + evidência regulatória. Útil para comprovação formal, inventários, estudos de dispersão e atendimento de requisitos específicos de licença.

Agências e normas costumam exigir ambos em momentos diferentes do ciclo de conformidade: o contínuo para operação e reporte; o isocinético para validação, auditorias e ensaios de desempenho.

Quando usar cada um (e quando usar os dois)?

  • Operação diária e prevenção de não conformidades: CEMS para alarmes, indicadores de eficiência e otimização.

  • Licenciamento, auditorias e inventários: campanhas isocinéticas (ex.: EPA Method 5 / CETESB L9.225), incluindo determinação de umidade (L9.224), velocidade/vazão (L9.222) e massa molecular/excesso de ar (L9.223).

  • Calibração/verificação do CEMS: comparações periódicas com métodos de referência e testes de desempenho exigidos em regulamentos técnicos.

O que muda no Brasil: reforço de transparência e rigor técnico

O ecossistema regulatório brasileiro tem avançado na direção de padronização e clareza metodológica, com referências de método (família CETESB L9) citadas em instruções normativas e guias estaduais, que determinam quais parâmetros e métodos utilizar em chaminés/dutos. Isso favorece a interoperabilidade entre medições isocinéticas e dados contínuos, além de dar previsibilidade às exigências em licenças

Quer se aprofundar?

Este artigo se baseia no tema do Ambcast #37:
– “Monitoramento Contínuo ou Isocinético? Spoiler: você precisa dos dois”, Onde o assunto é destrinchado com exemplos de campo e dúvidas frequentes. Assista ao episódio para ver casos reais e detalhes práticos que ajudam a planejar campanhas e rotinas de conformidade.

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